quarta-feira, 9 de abril de 2008

Heróis da Fé - João Ferreira de Almeida




"Conhecido pela autoria de uma das mais lidas traduções da Bíblia em português, ele teve uma vida movimentada e morreu sem terminar a tarefa que abraçou ainda muito jovem."

Entre a grande maioria dos evangélicos do Brasil, o nome de João Ferreira de Almeida está intimamente ligado às Escrituras Sagradas. Afinal, é ele o autor (ainda que não o único) da tradução da Bíblia mais usada e apreciada pelos protestantes brasileiros.
Disponível aqui em duas versões publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil - a Edição Revista e Corrigida e a Edição Revista e Atualizada - a tradução de Almeida é a preferida de mais de 60% dos leitores evangélicos das Escrituras no País, segundo pesquisa promovida por A Bíblia no Brasil.
Se a obra é largamente conhecida, o mesmo não se pode dizer a respeito do autor. Pouco, ou quase nada, se tem falado a respeito deste português da cidade de Torres de Tavares, que morreu há 300 anos na Batávia (atual ilha de Java, Indonésia).
O que se conhece hoje da vida de Almeida está registrado na "Dedicatória" de um de seus livros e nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas (Presbiterianas) do Sudeste da Ásia, para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda metade do século XVII.
De acordo com esses registros, em 1642, aos 14 anos, João Ferreira de Almeida teria deixado Portugal para viver em Málaca (Malásia). Ele havia ingressado no protestantismo, vindo do catolicismo, e transferia-se com o objetivo de trabalhar na Igreja Reformada Holandesa local.
Tradutor aos 16 anos
Dois anos depois, começou a traduzir para o português, por iniciativa própria, parte dos Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento em espanhol. Além da Versão Espanhola, Almeida usou como fontes nessa tradução as Versões Latina (de Beza), Francesa e Italiana - todas elas traduzidas do grego e do hebraico.
Terminada em 1645, essa tradução de Almeida não foi publicada. Mas o tradutor fez cópias à mão do trabalho, as quais foram mandadas para as congregações de Málaca, Batávia e Ceilão (hoje Sri Lanka). Mais tarde, Almeida tornou-se membro do Presbitério de Málaca, depois de escolhido como capelão e diácono daquela congregação.
No tempo de Almeida, um tradutor para a língua portuguesa era muito útil para as igrejas daquela região. Além de o português ser o idioma comumente usado nas congregações presbiterianas, era o mais falado em muitas partes da Índia e do Sudeste da Ásia. Acredita-se, no entanto, que o português empregado por Almeida tanto em pregações como na tradução da Bíblia fosse bastante erudito e, portanto, difícil de entender para a maioria da população.
Essa impressão é reforçada por uma declaração dada por ele na Batávia, quando se propôs a traduzir alguns sermões, segundo palavras, "para a língua portuguesa adulterada, conhecida desta congregação".
Perseguido pela Inquisição, ameaçado por um elefante
O tradutor permaneceu em Málaca até 1651, quando se transferiu para o Presbitério da Batávia, na cidade de Djacarta. Lá, foi aceito mais uma vez como capelão, começou a estudar teologia e, durante os três anos seguintes, trabalhou na revisão da tradução das partes do Novo Testamento feita anteriormente.
Depois de passar por um exame preparatório e de ter sido aceito como candidato ao pastorado, Almeida acumulou novas tarefas: dava aulas de português a pastores, traduzia livros e ensinava catecismo a professores de escolas primárias.
Em 1656, ordenado pastor, foi indicado para o Presbitério do Ceilão, para onde seguiu com um colega, chamado Baldaeus. Ao que tudo indica, esse foi o período mais agitado da vida do tradutor.
Durante o pastorado em Galle (Sul do Ceilão), Almeida assumiu uma posição tão forte contra o que ele chamava de "superstições papistas", que o governo local resolveu apresentar uma queixa a seu respeito ao governo de Batávia (provavelmente por volta de 1657).
Entre 1658 e 1661, época em que foi pastor em Colombo, ele voltou a enfrentar problemas com o governo, o qual tentou, sem sucesso, impedi-lo de pregar em português.
O motivo dessa medida não é conhecido, mas supõe-se que estivesse novamente relacionado com as idéias fortemente anti-católicas do tradutor.
A passagem de Almeida por Tuticorin (Sul da Índia), onde foi pastor por cerca de um ano, também parece não ter sido das mais tranqüilas. Tribos da região negaram-se a ser batizadas ou ter seus casamentos abençoados por ele. De acordo com seu amigo Baldaeus, o fato aconteceu porque a Inquisição havia ordenado que um retrato de Almeida fosse queimado numa praça pública em Goa.
Foi também durante a estada no Ceilão que, provavelmente, o tradutor conheceu sua mulher e casou-se. Vinda do catolicismo romano para o protestantismo, como ele, chamava-se Lucretia Valcoa de Lemmes (ou Lucrecia de Lamos).
Um acontecimento curioso marcou o começo de vida do casal: numa viagem através do Ceilão, Almeida e Dona Lucretia foram atacados por um elefante e escaparam por pouco da morte. Mais tarde, a família completou-se, com o nascimento de um menino e de uma menina.
Idéias e personalidade
A partir de 1663 (dos 35 anos de idade em diante, portanto), Almeida trabalhou na congregação de fala portuguesa da Batávia, onde ficou até o final da vida. Nesta nova fase, teve uma intensa atividade como pastor.
Os registros a esse respeito mostram muito de suas idéias e personalidade. Entre outras coisas, Almeida conseguiu convencer o presbitério de que a congregação que dirigia deveria ter a sua própria cerimônia da Ceia do Senhor.
Em outras ocasiões, propôs que os pobres que recebessem ajuda em dinheiro da igreja tivessem a obrigação de freqüentá-la e de ir às aulas de catecismo. Também se ofereceu para visitar os escravos da Companhia das Índias nos bairros em que moravam, para lhes dar aulas de religião - sugestão que não foi aceita pelo presbitério - e, com muita freqüência, alertava a congregação a respeito das "influências papistas".
Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de tradução da Bíblia, iniciado na juventude. Foi somente então que passou a dominar a língua holandesa e a estudar grego e hebraico. Em 1676, Almeida comunicou ao presbitério que o Novo Testamento estava pronto.
Aí começou a batalha do tradutor para ver o texto publicado - ele sabia que o presbitério não recomendaria a impressão do trabalho sem que fosse aprovado por revisores indicados pelo próprio presbitério. E também que, sem essa recomendação, não conseguiria outras permissões indispensáveis para que o fato se concretizasse: a do Governo da Batávia e a da Companhia das Índias Orientais, na Holanda.
Exemplares destruídos
Escolhidos os revisores, o trabalho começou e foi sendo desenvolvido vagarosamente. Quatro anos depois, irritado com a demora, Almeida resolveu não esperar mais - mandou o manuscrito para a Holanda por conta própria, para ser impresso lá. Mas o presbitério conseguiu parar o processo, e a impressão foi interrompida.
Passados alguns meses, depois de algumas discussões e brigas, quando o tradutor parecia estar quase desistindo de apressar a publicação de seu texto, cartas vindas da Holanda trouxeram a notícia de que o manuscrito havia sido revisado e estava sendo impresso naquele país.
Em 1681, a primeira edição do Novo Testamento de Almeida finalmente saiu da gráfica. Um ano depois, ela chegou à Batávia, mas apresentava erros de tradução e revisão. O fato foi comunicado às autoridades da Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído de lá foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias Orientais.
As autoridades Holandesas determinaram que se fizesse o mesmo com os volumes que já estavam na Batávia. Pediram também que se começasse, o mais rápido possível, uma nova e cuidadosa revisão do texto.
Apesar das ordens recebidas da Holanda, nem todos os exemplares recebidos na Batávia foram destruídos. Alguns deles foram corrigidos à mão e enviados às congregações da região (um desses volumes pode ser visto hoje no Museu Britânico, em Londres). O trabalho de revisão e correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou dez longos anos para ser terminado.
Somente após a morte de Almeida, em 1693, é que essa segunda versão foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.
Ezequiel 48.21
Enquanto progredia a revisão do Novo Testamento, Almeida começou a trabalhar com o Antigo Testamento. Em 1683, ele completou a tradução do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a situação que havia acontecido na época da revisão do Novo Testamento, com muita demora e discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada - pelo menos desde 1670, segundo os registros --, Almeida teve sua carga de trabalho na congregação diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução. Mesmo assim, não conseguiu acabar a obra à qual havia dedicado a vida inteira.
Em 1691, no mês de outubro, Almeida morreu. Nessa ocasião, ele havia chegado até Ezequiel 48.21. A tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor holandês. Depois de passar por muitas mudanças, ela foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.

Fonte: A Bíblia no Brasil, nº. 160, 1992, p. 14.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Arqueologia Bíblica - Túmulo do Rei Herores

Após assistir este vídeo, leia o artigo abaixo.

Personagens Bíblicos- Quem era Herodes?

Existem 4 pessoas diferentes que usam o titulo Herodiano. Ao morrer, em 4 a.C., Herodes, o Grande, deixou disposto em Testamento o que ele pretendia que fosse o destino do reino que conquistara e governara com mão de ferro. Segundo sua vontade, o reino seria dividido entre três dos filhos que lhe haviam restado.

Herodes, o Grande: Herodes, o Grande (ou em hebraico Hordos הוֹרְדוֹס), nascido em cerca de 73 a.C. e falecido em 4 a.C. , foi rei da Judéia entre 37 a.C. e 4 a.C. .

Ele foi o primeiro rei-vassalo de Israel depois do domínio romano. Executou muitos membros da própria família e alguns colaboradores pela possibilidade de seu trono ser usurpado. Quando soube do nascimento de Jesus, ele ficou inquieto e promoveu o infanticídio que corrobora com o seu padrão de comportamento.

Mateus 1 v.1- 8
Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam:

2 - Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo.

3 - O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém;
4 - e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.

5 - Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta:

6 - E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.

7 - Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera;

8 - e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-me, para que também eu vá e o adore.


Herodes manda matar os meninos até 2 anos.

Mateus 2 v. 16 - Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos.


A Bíblia nos conta que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para matá-lo.” (Mateus 2 v. 15). José obedece e só volta até a morte de Herodes. (Mateus 2 v.15).


2 – ANTIPAS

Os domínios de Herodes foram divididos entre os seus 3 filhos: Arquelau, Filipe e Antipas.
Antipas apareceu quando Jesus exerceu o seu ministério.
Herodes Antipas (c.
20 a.C.-39), tetrarca da Galiléia e da Peréia, ( de 4 a.C. a 39), foi educado em Roma.


Foi ele que mandou decapitar João Batista (Mt 14 v. 3-12/ Mc 6 v.14-16). Como Lucas é o único dos evangelistas que situa suas narrativas dentro da história, ele dá uma certa importancia a familia herodiana. Lucas relata que a esposa de um dos oficiais de Antipas, serviu a Jesus.

– Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Susana, e muitas outras que os serviam com os seus bens.


Jesus foi levado a sua presença quando Pilatos tentou sair julgamento de Jesus a morte.


Lucas 23 v. 6 - Então Pilatos, ouvindo isso, perguntou se o homem era Galileu;
7 - e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém.


3 – AGRIPA I
Filho de outro irmão de Antipas, chamado Aristóbulo, neto de Herodes, o Grande. Governou a Galiléia até 44 d.C. Executou Tiago e determinou a prisão de Pedro.


4 – AGRIPA II


Filho de Agripa I foi o governante que ouviu a defesa de Paulo quando ele estava preso em Cesareia, entre 57 a 59 d.C.

Ele presenciou, ao lado dos romanos, a tomada de Jerusalém por Tito no ano 70. Seu nome é mencionado na Bíblia, no livro de Atos. .


Talvez, muitas pessoas não entendem o porquê a palavra Herodes aparece em tempos diferentes na Bíblia,a resposta está dada.


ARQUEOLOGIA

As moedas que Herodes o Grande cunhou[7] não trazem símbolos tão agressivos para a religião judaica como acontecerá com as dos seus descendentes.


Além do tripé, de origem grega e com alguma eventual ligação às suas vitórias e consequente domínio sobre o país, e do elmo, vai usar o escudo; mas haverá outros símbolos mais poéticos, como a romã, o diadema, a cornucópia, a âncora, etc.


No dia de 8 de Maio de 2007 o arqueólogo israelense Ehud Netzer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, afirmou ter achado o que seria o túmulo do rei Herodes, no local conhecido como Herodium, uma colina no deserto da Judéia, onde o rei construiu seu palácio, próximo a Jerusalém. Netzer trabalhava no sítio arqueológico do local desde 1970.
Tumba de Herodes

A Tumba de Herodes foi encontrada no mês de
maio de 2007 pela Universidade Hebraica de Jerusalém, em uma zona arqueológica conhecida como Herodium a poucos quilómetros de Jerusalém. Trata-se de um sarcófago do rei que governou a Judéia de 37 AEC até sua morte, em 4 AEC.


Uma antiga escadaria usada num cortejo fúnebre real, levou um arqueólogo israelita a desvendar um mistério com 2.000 anos: a localização da tumba de Herodes, o Grande, considerado pelos romanos como Rei dos Judeus.


A localização da Tumba de Herodes é documentada pelo historiador Judeu Flávio Josefo que disse sobre sua morte: “uma coceira intolerável em toda a pele, contínuas dores nos intestinos, tumores nos pés, como na hidropisia, inflamação do abdomem e gangrena nos órgãos genitais, resultando em vermes, além de asma, com grande dificuldade de respiração, e convulsões em todos os membros”. — The Jewish War, I, 656 (xxxiii, 5).
Ehud Netzer, da Universidade Hebraica, afirmou que ao encontrar a tumba, a peça estava danificada, provavelmente por judeus que se revoltaram contra
Roma entre os anos 66 e 72 d.C..


Em conferência de imprensa, um dia depois do anúncio da descoberta, Netzer disse que os restos do monarca devem ter desaparecido quando os rebeldes invadiram a tumba em Herodium, onde se encontrava o palácio - fortaleza de Herodes, perto de Jerusalém. Ehud Netzer procurava o túmulo de Herodes desde 1972.


O local, na actual Cisjordânia , foi encontrado graças a uma antiga escadaria que conduzia ao topo da colina. Os especialistas supunham que o rei teria sido enterrado nalgum canto escondido do palácio, mas não havia provas para comprovar a teoria. Esta poderá ser uma das grandes descobertas da história da arqueologia.

Bibliografia
1.
"Israeli Archaeologist Finds Tomb of King Herod", FOX News, 7 de Maio 2007
2.
The New York Times, 9 de Maio , 2007, [1]
3.
Flavius Josephus. The Wars of the Jews or History of the Destruction of Jerusalem. Book V. Chapter 33.1
4.
"Herod's tomb reportedly found inside his desert palace" The Boston Globe, 8 de Maio, 2007
5.
"King Herod's tomb unearthed, Israeli university claims", CNN, 7 de Maio 2007
6.
Herod's Tomb Discovered IsraCast, 8 de Maio, 2007.
7. Quem é quem na Bíblia Sagrada, Paul Gardner, Vida Acadêmica.